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Conhecendo a poesia coreana clássica: "Sijô"


Chega Chegando poesia coreana no pequeno universo do Grupo SOS Pub. ❤️


> Se você é um frequentador assíduo do meu blog já deve ter percebido o quanto gosto de obras líricas. Hoje tenho o prazer de apresentar um tipo diferente de poesia: o Sijô, que vem da minha amada Coreia 😍


História

Com raiz nos cantos budistas chineses, o Sijô se consolidou como forma poética tradicional da Antiga Coreia, no século XIII. Seu surgimento coincidiu com a transição do Budismo para o Confucionismo no país, por isso seus primeiros escritos tratam muito da ideologia confucionista, sendo usado para fins de ensinamento. 

Inicialmente foi um gênero literário reservado aos nobres. Sua temática girava em torno do homem virtuoso (perante o Confucionismo), que era fiel e devoto ao seu governo, firme e correto (não é a primeira vez que a literatura é usada para defender ideais, hein?)

Após sua fase inicial, o Sijô começou a conversar com a alma humana. Tratava sobre a vida, o desejo de escapar do mundo e de ser absorvido pela natureza; amores, frustrações e muito mais. Passado de forma cantada e oral, o Sijô tornou-se popular no século XVII, sendo apresentado até por prostitutas.


Estrutura

Como toda obra lírica clássica, o Sijô originalmente apresenta uma estrutura um tanto rigorosa. São, em média, 45 sílabas distribuídas em 3 versos. Parece simples? Calma que isso não é tudo!

Diferente de outras formas poéticas, o Sijô prioriza a musicalidade mais que o seu visual, por isso sua estrutura pode ser alterada para fins melódicos. Vamos lembrar que sua manifestação primária era o canto (embora seja raro ouvir nos dias atuais).

Cada verso possui uma função estabelecida: o primeiro apresenta o tema do Sijô, que é desenrolado no verso seguinte. O terceiro e último traz uma antítese ou solução de um impasse.



Traduções

É possível se observar dois esquemas básicos no Sijô, no que concerne à divisão das sílabas nos versos (formando 4 grupos):

1º verso: 3  4  3  4

2º verso: 3  4  3  4

3º verso: 3  6  4  3

Ou:

1º verso: 2-5  3-6  2-5  4-6

2º verso: 1-5  3-6  2-5  4-6

3º verso: 5-9  4-5  3-4  

O segundo esquema é geralmente utilizado para as traduções em português: cada verso torna-se uma estrofe, sendo que as primeiras terão 4 grupos/versos, enquanto a última estrofe terá apenas três. Essa modificação se deve à tentativa de manter a melodia do poema.

 


>>>  Ficou interessado em saber mais? Então conheça o livro "Sijô - Poesiacanto coreana clássica", uma coletânea com 101 sijôs.



Título:  Sijô - Poesiacanto coreana clássica

Introdução: Yun Jung Im e Kyong-ja Ahn
Tradução: Yun Jung Im e Alberto Marsicano

Editora: Iluminuras
1994






* O poema na imagem, bem como sua tradução, foi retirado do livro acima citado.

Kubota, Marilia. 'Sijô' apresenta a poesia coreana clássica. Disponível em: <http://www.aescotilha.com.br/literatura/ponto-virgula/sijo-poesiacanto-a-poesia-coreana-classica/>

Fábio R. Poesia coreana I: Sijô a poesia clássica. Disponível em: <https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/1248191>

Cabral, Luiz A Machado. "Sijô" traz ícones musicais da poesia oral coreana. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/6/11/mais!/31.html>

[PDF] Sijô: Poesía-canto coreana clásica. Disponível em: <https://bibliotecavirtual.unl.edu.ar:8443/bitstream/handle/11185/2497/POETA_17_2004_pag_16_43.pdf>

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2 Comentários

  1. Bom dia. Onde posso comprar esse liro sijô? já procurei por toda internet e não consigo comprá-lo. Se puder, envie-me uma resposta para ademar1951@yahoo.combr, por favor. Obrigado

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    1. Boa tarde, Ademar. Também estou procurando o livro, caso encontre, informarei você. Agradeço o interesse.

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