Alma minha gentil, que te partiste
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente, E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento Etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou Da mágoa, sem remédio, de perder-te;
Roga a Deus que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Quão cedo de meus olhos te levou.
- Luís de Camões
| Vocabulário*: etéreo: considerado divino; que não faz parte da existência material; celestial |
Interpretando o Texto:
Primeira Estrofe: "Alma minha gentil, que te partiste / Tão cedo desta vida descontente" - eu lírico dialoga com sua falecida amada (que era descontente ou que tinha uma vida descontente). Pede para que descanse no céu, enquanto "viva eu cá na terra sempre triste" (a ausência de sua senhora torna os dias infelizes).
Segunda Estrofe: Eu lírico pede para que ela não se olvide do amor que ele lhe demonstrou e dedicou, se no céu for possível lembrar da vida terrestre ("Não te esqueças daquele amor ardente / Que já nos olhos meus tão puro viste.").
Terceira e Quarta Estrofes: Agora já implora pela morte, visto que sofre por viver sem seu amor. Assim, pede para sua amada, caso esta compartilhe de sua dor, que interceda junto a Deus para "Que tão cedo de cá me leve a ver-te, / Quão cedo de meus olhos te levou".
OBS: Acredita-se que o presente soneto é uma homenagem de Camões a uma dama chamada Dinamene.
Segunda Estrofe: Eu lírico pede para que ela não se olvide do amor que ele lhe demonstrou e dedicou, se no céu for possível lembrar da vida terrestre ("Não te esqueças daquele amor ardente / Que já nos olhos meus tão puro viste.").
Terceira e Quarta Estrofes: Agora já implora pela morte, visto que sofre por viver sem seu amor. Assim, pede para sua amada, caso esta compartilhe de sua dor, que interceda junto a Deus para "Que tão cedo de cá me leve a ver-te, / Quão cedo de meus olhos te levou".
OBS: Acredita-se que o presente soneto é uma homenagem de Camões a uma dama chamada Dinamene.
Ficha Técnica:
Total de estrofes: 4 ( 2 quadra e 2 tercetos - soneto )
Versos: decassílabos
Sequência de rimas: ABBA ABBA CDC DCD
Luís Vaz de Camões (1524-1580) foi um dos grandes nomes da literatura portuguesa. Nascido em Lisboa e de boa família, estudou literatura, história e geografia. Abandonou o curso de teologia para se dedicar à filosofia, sempre produzindo suas poesias. Era um tanto boêmio, o que lhe rendeu infortúnios. Lutou como soldado pelo seu país (e até perdeu um olho). Imortalizou as glórias de Portugal em seu poema épico, "Os Lusíadas". Infelizmente morreu na miséria, como um qualquer.
Versos: decassílabos
Sequência de rimas: ABBA ABBA CDC DCD
Luís Vaz de Camões (1524-1580) foi um dos grandes nomes da literatura portuguesa. Nascido em Lisboa e de boa família, estudou literatura, história e geografia. Abandonou o curso de teologia para se dedicar à filosofia, sempre produzindo suas poesias. Era um tanto boêmio, o que lhe rendeu infortúnios. Lutou como soldado pelo seu país (e até perdeu um olho). Imortalizou as glórias de Portugal em seu poema épico, "Os Lusíadas". Infelizmente morreu na miséria, como um qualquer.
*Definição da palavra do vocabulário retirada da Infopédia (Dicionários Porto Editora) e do Dicionário Online de Português.
Luís de Camões - Alma minha gentil, que te partiste. Disponível em: <http://www.poesiaspoemaseversos.com.br/luis-de-camoes/>
O Lirismo de Camões. Disponível em: <https://www.recantodasletras.com.br/audio.php?cod=62759>
Luís de Camões - Alma minha gentil, que te partiste. Disponível em: <http://www.poesiaspoemaseversos.com.br/luis-de-camoes/>
O Lirismo de Camões. Disponível em: <https://www.recantodasletras.com.br/audio.php?cod=62759>
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